A motivação para essa proposta de incluir no programa pedagógico da Educação Infantil ações cotidianas de estímulo ao desenvolvimento da ética que propiciem um bom convívio social, se firma por reconhecer que as escolas são os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias e que a educação não diz respeito somente aos conteúdos curriculares da escola comum: alfabetização, matemática, etc., mas ao ensino de recursos, linguagens, uso de equipamentos, que ampliem a visão do indivíduo como ser social que melhora seu relacionamento ao passo que domina as várias formas de comunicação hoje existentes.
“A aprendizagem de valores e atitudes é
pouco explorada do ponto de vista pedagógico. Há estudos que apontam a
importância da informação como um fator de formação e transformação de valores e
atitudes”.(PCNS, 1997, pág 31).
Estimular a
criança a exercitar no cotidiano a moral é ação educacional necessária ao
estabelecimento das virtudes que se deseja para ela.
É crucial a
relevância do papel de quem educa e de tal sorte é também a chance que a criança
possui num dado período de sua vida. Assim sendo, caso exista boa educação na
infância, os resultados tendem a ser mais favoráveis ao desenvolvimento de
virtudes.
As atividades
propostas poderão resultar em outras novas e talvez melhores práticas que se
tornem hábito, que fiquem arraigadas no íntimo de cada criança que vive tais
experiências.
Algo que exige não
só dos professores, mas também das escolas, um preparo e uma mobilização de
fato. Isso implica em adaptação da professora, da escola e da própria criança. Trata-se de um
movimento saudável que vai envolver todo o ambiente escolar.
Em cada tempo e em cada espaço, os valores são constituídos a partir das
necessidades aparentes da sociedade. Sendo assim, pode-se dizer que os valores
possuem validade ou vigência conforme acontecem às transformações
sociais.
A prática dos valores morais e éticos tem sido esquecida na convivência
social. Com os grandes avanços tecnológicos, sociais e culturais, a instituição
família como primeiro núcleo de convivência sofreu modificações severas, e em
alguns casos deixaram mesmo de existir. Tornaram-se práticas esporádicas em
reuniões festivas ou outras.
O cenário da
Educação Infantil aponta duas grandes fontes educacionais da criança. A família
e a escola são os agentes que devem tornar claros os seus valores e suas
definições sobre uma vida plena.
Vem aumentando
consideravelmente o número de crianças com pouco contato nessa esfera do
desenvolvimento, haja vista o distanciamento que ocorre entre pais e filhos.
Nessa relação já enfraquecida, a educação perde espaço, onde a responsabilidade
primária (dos pais) está sendo delegada para a secundária (escola). Os pais,
educadores ou responsáveis têm enorme responsabilidade sobre esse tipo de
formação. Não é sem razão o incontável número de crianças e adolescentes que se encontram distantes do desenvolvimento
moral. Em sua maioria, eles não praticam o “bem” e se empenham avidamente em
comportamentos que oferecem prazer, relacionados ao vício.
Pela necessidade
de estarem ausentes o dia todo em função de uma situação econômica mais
confortável, pais delegam a responsabilidade de educar a televisão, aos
videogames e acabam deixando que as
crianças procedam a sua maneira, sem colocar limites, respeito e comprometimento
nas relações familiares, tentando assim, compensar sua ausência. Esse proceder
afeta diretamente a função da instituição escola, pois é nela que a criança vai
se deparar com várias situações conflitantes. Ao iniciarem a Educação Infantil
passam de um ambiente onde não possuíam regras e passam a ser comandadas todo o
tempo.
“ Ensina a criança no caminho em que
deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios
22:6).
Torna-se, então, imprescindível à
compreensão acerca de como a moral surge no ser humano, a fim de se estabelecer
com maior alcance o papel educacional que os pais têm sobre os filhos. A
relevância desse fato é encontrada nas descrições de Aristóteles (1985 p.
40): “[...] a virtude moral é adquirida
em resultado do hábito. Não é, portanto, nem por natureza nem contrariamente à
natureza que as virtudes se geram em nós; antes, devemos dizer que a natureza
nos dá a capacidade de recebê-las, e tal capacidade se aperfeiçoa com o
hábito”.
A escola é por sua natureza, um
espaço programado com tempos e espaços adequados a cada atividade dirigida ou
livre. Como instituição, a escola aponta e proporciona alguns subsídios, visando
à melhoria da sociedade em geral. Faz-se necessária essa atuação visto que, como
já citado anteriormente, a família está com dificuldades para solucionar este
problema de formação pessoal e propor soluções.
Sendo assim,
pode-se dizer que, para que ocorra o desenvolvimento da ética e da moral no ser
humano, é preciso uma prática constante e contínua, com exemplos, limites,
normas, responsabilidades e comprometimentos.
Segundo
Piaget (1973),
o desenvolvimento moral e, mais ainda, as ações
relacionadas a ele dependem de uma espécie de "energia motora" para que ocorram:
a afetividade. Esse aspecto ganhou cada vez mais espaço nas pesquisas e, hoje, o
desenvolvimento de questões ligadas a sentimentos e emoções ocupa o primeiro
plano nos estudos sobre a moralidade. Esse novo olhar teve início com as
pesquisas da americana Carol Gilligan, que chamou a atenção para uma forma de
desenvolvimento da moralidade definida como ética do cuidado, a qual se centra
na capacidade de pensar na saúde das relações entre as pessoas. Com isso,
distinguir o justo do injusto passou a ser visto como apenas um dos muitos
aspectos do desenvolvimento moral da criança e do adolescente. A nova
perspectiva ampliou as pesquisas para o desenvolvimento psíquico de outras
virtudes, como a generosidade, a compaixão e a lealdade. http://revistaescola.abril.com.br/As
crianças diante dos dilemas morais(março/11)
Proposta de Ação Pedagógica elaborada pelas professoras Claudinale S. Ramos e Josislaine R. da Costa.
Portanto, está na
Educação Infantil a enorme oportunidade de investir qualitativamente na moral e
influenciar a sociedade a mudanças que hoje são necessárias para a
sobrevivência.
Proposta de Ação Pedagógica elaborada pelas professoras Claudinale S. Ramos e Josislaine R. da Costa.
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